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  • Foto do escritorRenata Wirthmann

O Impacto da Pandemia nas crianças: Leituras Psicanalíticas

Atualizado: 3 de out. de 2022


Ensaio escrito por Renata Wirthmann*



Neste ensaio escrito pela psicanalista Dra. Renata Wirthmann, professora associada da UFCAT e professora convidada da Pós-graduação em Psicanálise com Crianças e Adolescentes do Instituto ESPE, discutimos as consequências do distanciamento social para as crianças que nasceram e viveram seus primeiros dois anos de vida na pandemia, como a construção da subjetividade, o desenvolvimento da linguagem, a relação com o Outro e com os outros.



Confira também a aula aberta ao público, ministrada pela psicanalista no canal do Youtube do Instituto ESPE, sobre o impacto da pandemia nas crianças!




É fato que a pandemia da COVID-19 não acabou e que o mundo iniciou o ano de 2022 batendo recordes de contaminações. Entretanto, diferente das propostas de enfrentamento dos anos de 2020 e 2021, o ano de 2022 está sendo um ano de convivência com o vírus. A diferença fundamental deste ano para os dois anteriores está no avanço da vacinação e do nosso conhecimento sobre o funcionamento do vírus. 2020 foi marcado pelo distanciamento social que, embora tenha se tornado um enorme desafio imposto pela pandemia a todos nós, era a única alternativa num contexto sem medicação ou vacina. 2021, por sua vez, foi marcado pela vacinação que levou a América latina de epicentro da pandemia no mundo, no início do ano, para epicentro da vacinação, no final do mesmo ano. Eis que percorremos o ano de 2022, ano de estarmos todos vacinados e convivendo com o vírus, utilizando, para isso, nosso conhecimento sobre as medidas não farmacológicas como distanciamento, máscara e higienização das mãos e objetos.


Diante desse panorama, destacamos que um dos grupos mais atingidos pelas restrições da pandemia foram as crianças e adolescentes, o que impactará diretamente no funcionamento da clínica psicanalítica para este público. As principais perguntas que advém dessas restrições são: Qual o impacto do distanciamento social para o sujeito, para o desenvolvimento da linguagem, da relação com o Outro e com ou outros? Qual o impacto da longa permanência em casa para a relação do sujeito com o próprio corpo? Quais as angústias das crianças e adolescentes diante do retorno às aulas presenciais, aos cursos de idiomas, arte, música, esportes, aos eventos não familiares e aos espaços públicos não supervisionados pelos pais? Quais as consequências da imersão das crianças e adolescentes no universo da internet em relação à identidade de gênero e orientação sexual?


Podemos pensar a questão da infância e adolescência dividindo este período em etapas menores:


1. Primeiro os bebês, esses pequenos sujeitos que nasceram entre 2019 e 2021. Estes cresceram fechados em experiências, fundamentalmente restritas à família, sem creche ou pré-escola. Segundo a recomendação dos pediatras, diante do risco de contaminação, os bebês precisavam ficar totalmente isolados e, com isso, não conheceram outras crianças nas quais pudessem se espelhar como um pequeno outro, que seria um outro bebê. Não frequentaram parquinhos que ajudariam a dar saltos no desenvolvimento de sua psicomotricidade. Em um contexto marcado pelo predomínio do registro imaginário da experiência, como ocorreria o primeiro despertar ou o primeiro instante de olhar do sujeito?


2. Avançando um pouco mais, podemos destacar as crianças em fase de alfabetização, entre os cinco e oito anos. A confirmação do mundo simbólico, a apropriação das letras e dos textos. Esse processo extremamente importante, restrito ao desafio de alfabetizar através de uma tela do computador ou celular nas aulas remotas, terá sido possível? Esse período foi chamado por Freud como latência e por Lacan como tempo de compreender, predominantemente simbólico, que, na pandemia, ocorreu empobrecido de experiências no mundo. Quais prejuízos ao sujeito?


3. Vamos avançar mais alguns anos, os pré-adolescentes, a redescoberta do corpo e da sexualidade após o período de latência sem a presença física de outros corpos ao redor, só corpos virtuais, digitais, pela internet. A reformulação de si num importante processo de separação dos pais estando confinado ao contato quase que exclusivo com os pais. Como terá ocorrido esse segundo despertar sexual ou o início do drama puberal dentro desse contexto?


4. Chegamos finalmente à adolescência, tempo do sujeito concluir ou, ainda, de experimentar um precipitado fantasístico como a desejada conquista da autonomia (porém, sem poder sair de casa) ou, ainda, de experimentar a angustiante escolha profissional e o processo de preparação para importantes provas como o ENEM, sem aulas e provas presenciais. Percebemos impactos disso na queda brusca de inscrições para o exame no ENEM de 2021 e 2022 e na diminuição das notas de cortes para os cursos das instituições públicas de ensino superior.


Pensando nesses quatro tempos do desenvolvimento de um sujeito que é atemporal, quais serão os desafios com crianças e adolescentes pós distanciamento social a partir deste ano de 2022? Alguns sinais desses desafios já aparecem na mídia, nas casas, escolas e na clínica. Entre bebês e crianças pequenas um aumento exponencial de diagnósticos de autismos e a busca de tratamento imediato para os pequenos. Entre crianças no início da idade escolar até adolescentes no ensino médio, os números e desafios das escolas têm apontado para o fato de que a educação foi um dos setores mais afetados pela pandemia. Constatamos a enorme defasagem de aprendizagem em todas as idades, o aumento da evasão escolar entre adolescentes e da violência dentro do espaço das escolas entre estudantes. Em todas as idades, vemos o excesso de uso de telas que tem participado e, até, determinado o funcionamento da infância e da adolescência, com um impacto maior que as instituições mais tradicionais, como a família e a escola.


1. Bebês coronials: o impacto da pandemia na primeira infância (Primeiro despertar sexual ou instante de ver)


Vamos começar observando a primeira infância, mais especificamente os bebês e as crianças que nasceram e tiveram seus primeiros anos de vida na pandemia. Quais são as consequências do distanciamento social para a constituição do sujeito, para o desenvolvimento da linguagem, para a relação com o Outro (cultura) e com os outros (outras pessoas)?


Um bom ponto de partida são as manchetes de jornais e revistas, acessíveis a todos, mas este é, também, um dos assuntos que mais tem aparecido nos consultórios, creches e escolas de quem trabalha com crianças pequenas: a preocupação dos pais em relação ao desenvolvimento dos seus bebês nascidos em 2019, 2020 e 2021. Esses bebês ganharam até um nome geracional próprio: os bebês “coronials”. É inevitável aos pais que já tinham filhos comparar o desenvolvimento dos seus filhos nascidos antes da pandemia com os que nasceram na pandemia.


Podemos notar a diferença ainda na gestação: estar grávida durante uma epidemia ou uma pandemia viral é extremamente angustiante para a gestante. Assistimos a isso no surto de Zika, e assistimos a isso agora na pandemia da COVID-19. Nas olimpíadas do Rio de Janeiro, por exemplo, atletas gestantes de outros países desistiram de vir ao Brasil para competir com receio de contrair Zika e comprometer o desenvolvimento dos seus bebês. Assistimos a essa mesma preocupação nas gestantes durante a pandemia: o pavor de que a doença viral, que se espalhava numa velocidade assustadora pelo mundo, pudesse afetar o desenvolvimento cerebral do bebê. Mais tarde, as pesquisas indicaram que não, mas só após mais de um ano de pandemia e angústia.


Passada a gravidez, nova angústia, o risco de contaminação de um recém-nascido. Construiu-se um novo um contrato social da pandemia: informar pelas redes sociais que o bebê havia nascido, mas que não receberia visitas. O contrário do que sempre fizemos. Pouquíssimos contatos. Muitos decidiram seguir sem a ajuda de babás, sem faxineira ou qualquer funcionária na casa. Sem ajuda também de parentes. Vimos inúmeros bebês confinados em casa exclusivamente com uma ou duas pessoas da própria casa, sem apoio externo. Vimos as mães exaustas e isoladas com pouca ou nenhuma ajuda para um trabalho que, certamente, precisa de uma multidão. “É preciso uma aldeia para se educar uma criança”, diz o provérbio e, de repente, as mães tiveram que se tornar uma aldeia inteira para seus filhos. Vimos ainda a frustração dos pais por não poderem fazer batizados ou festas de aniversário do primeiro ano, mas, sobretudo, a consequente falta de encontros sociais para inaugurar esta pequena libra de carne - como nos diria Lacan - no mundo e, consequentemente, na linguagem. Eis que os primeiros sinais de que algo não estava indo bem - inclusive para o bebê - começaram a surgir.


É importante destacar que, quando as coisas não vão bem para os pais, já é de se esperar que não vão para os filhos. Afinal, como descreveu a psicanalista argentina Alba Flesler (2012), “a criança é o sintoma dos pais. Os pais localizam, na criança, sintomas que, por serem seus também, aparecem amplificados no filho.” Temos uma geração de bebês que nasceram sob uma insígnia impossível, “ele não pode adoecer”, e essa determinação se estendeu para além da Covid, tornando-se: “esse bebe não pode chorar”, ou, ainda, “a este bebê não pode faltar nada” e, finalmente, “eu, mãe, não posso faltar a este bebê”. Mas como se constituiu um sujeito sem falta?


Diante da falta da falta, os pais começaram a relatar bebês assustados, que choravam muito quando viam pessoas novas, incluindo avós e outros parentes. São bebês por vezes mais agitados e com uma rotina de alimentação e sono difícil de regular, resultado possível, por exemplo, de bebês que não gastavam tanta energia durante o dia, afinal as atividades em confinamento ficaram mais limitadas. Bebês com estimulações restritas, por mais que os pais tentassem ser criativos, afinal uma ou duas pessoas não substituem toda uma comunidade.


Em confinamento, sem creche, sem avós e sem funcionárias, a televisão, o tablet e o celular se tornaram o principal apoio de muitas famílias durante a pandemia. A recomendação de que crianças até dois anos ficassem afastadas das telas foi por água abaixo, levando inclusive a uma confusão de diagnósticos, sobretudo com o autismo, especificamente para esta faixa etária. Num primeiro momento, pensávamos que a grande preocupação era não contrair o vírus, pouco a pouco fomos percebendo outros prejuízos e ainda teremos que lidar com esses prejuízos por alguns anos.


Em cada idade, temos assistido o aumento de diagnósticos. Esse aumento deve ser observado com cautela. Supondo um efeito colateral da pandemia, não seria melhor estimular e observar com calma por alguns meses, ao invés de diagnosticar e medicar antecipadamente? Estamos assistindo assustados ao aumento da medicalização das crianças e recomendamos uma pausa. Importante lembrar que toda conclusão deve vir precedida pelo instante de ver e pelo tempo de compreender e, só depois, pelo momento de concluir. O tempo lógico de Lacan é de extrema importância e também precisa ser praticado pelos psiquiatras infantis, neuropediatras e por essa nova especialidade: os pediatras do comportamento. Esses profissionais estão saltando rápido demais para o momento de concluir, muitas vezes sem nunca atender diretamente a criança, apenas pela demanda e desespero dos pais. Vale recordar a teoria: o instante de olhar é o primeiro tempo do sujeito e é um tempo que tem, como principal característica, a antecipação. O segundo tempo é de elaboração, que exige uma retroação para construir tal elaboração. Muito importante retroagir antes de concluir. Eis o meu pedido aos profissionais que trabalham com crianças: lembrem-se dos dois anos de pandemia e retroajam antes de concluir seus diagnósticos, tentem perceber o que é da criança e o que é da pandemia: dois anos de distanciamento para uma criança de dois anos é sua vida inteira. É imprescindível observá-la no contexto do mundo pós distanciamento social.


O que temos que elaborar antes de concluir? Retomar o fato de que, quando a criança ia ao mundo, antes da pandemia, ela encontrava diferenças: o carro que buzina na rua, a tia que ri alto, o tio que joga pra cima, a outra criança que pega seu brinquedo. Cada encontro no mundo lá fora vai levando o bebê a ir compondo um pedaço de si, compondo partes do mundo com diferentes sons, cores, exigências, expressões. Sem essa imersão, os pequenos não conseguem interpretar o que está acontecendo nesses ambientes, e, ao invés de espelhar os sorrisos, sons e expressões, o bebê responde com angústia e choro, se fechando ou recusando o mundo exterior.


O que temos recomendado? Matricular os bebês e crianças em creches e pré-escolas, ou seja, integrá-las ao mundo presencial. Após o difícil processo de adaptação a estes espaços para além da casa, temos assistido crianças nitidamente mais sociáveis e felizes, com o olhar mais atento, movimentos mais amplos, um verdadeiro salto rumo a estruturação do sujeito. A boa notícia é que um banho de cultura e linguagem provoca uma resposta muito rápida em bebês e crianças pequenas.


2. A crise no controle da infância pós distanciamento social (Latência ou tempo de compreender)


Dando continuidade à investigação sobre os impactos do distanciamento social e outras questões da pandemia para as crianças, vamos focar, agora, as crianças que atingiram a idade escolar na pandemia, ou seja, aquelas que nos anos de 2020 e 2021 se encontravam na faixa etária entre 4 e 8 anos. São crianças em fase de alfabetização, fase de confirmação do mundo simbólico, a apropriação das letras e dos textos, esse processo extremamente importante, que ficou restrito ao desafio de alfabetizar através de uma tela e a convivência, quase exclusiva com os pais e parentes mais próximos, sem a importante abertura para os novos grupos sociais que costumam se formar na escola e em outras atividades extracurriculares.


Temos assistido a uma enorme dificuldade das crianças no processo de alfabetização e de adaptação às escolas que tem levado a encaminhamentos com queixas que parecem ser singulares da criança, mas, pela frequência que tem ocorrido, apontam para algo bem maior: a cultura. Para compreender esse fenômeno nesse período de pós distanciamento social é fundamental, antes de mais nada, compreender o que é a criança. A criança nem sempre existiu. Sem dúvida, o organismo humano sempre se desenvolveu, desde a concepção até a idade adulta e, portanto, sempre atravessou um período de imaturidade. Entretanto, a nomeação da infância como especificamente uma etapa da vida individual foi um resultado da ciência moderna e da revolução francesa. A Revolução francesa propõe, ao lado da ciência, uma nova definição para o que é um cidadão. A concepção de que um cidadão é livre, maior e responsável faz surgir também a criança, dependente, menor e em formação, submetida, portanto, aos especialistas da ciência e da educação. Diante desse rápido percurso, qual é o lugar da criança hoje?


Primeiramente, algumas observações. Começaremos com a constatação de que nossa sociedade, a cada ano, tem projetado mais e mais seus ideais coletivos nas crianças. Uma vez que esses ideais são impossíveis e a criança não os cumpre, ela começa a receber seus primeiros rótulos: inquieta, distraída, desobediente, entre outras. Isso pode ser visto, de modo muito explícito, na explosão de diagnósticos nessa faixa etária ou, dito de outro modo, a partir das etiquetas patológicas do DSM, em amplo crescimento entre as crianças e os adolescentes.


Outro dado importante para nossa análise de hoje: as famílias, nos últimos anos, têm tido cada vez menos filhos e esses filhos únicos passam cada vez mais tempo na frente de telas. Não digo com isso que elas deveriam ter mais filhos, mas, certamente, estou questionando o uso excessivo de telas e a repetida justificativa de que a criança está sozinha e entediada e, não tendo com quem brincar, lhe cedem, sem limites, as telas. Todas essas telas olham para essa infância, cuidam desta infância e instalam nela uma dependência de um gozo imediato que poderá se deslocar, na adolescência, para o gozo imediato encontrado nas drogas, por exemplo.


A criança, objeto de ideais dos pais e da sociedade, sofre um peso terrível e estamos assistindo às consequências. Há um ideal particularmente enlouquecedor que eu gostaria de destacar: o da saúde mental. Paradoxalmente podemos dizer que existe hoje uma loucura especial em relação às crianças no que diz respeito às chamadas psicopatologias da infância tanto que temos assistido um salto no número de crianças com transtornos como o autismo e TDAH.


Na primeira parte do texto, apontei para a necessidade de um tempo de ver, de um tempo de elaborar e de um tempo de concluir em relação ao diagnóstico, mas esse não parece ter sido o funcionamento dos profissionais fiéis ao DSM. Percebemos um excesso de diagnósticos e de medicações. Tratamentos cada vez mais agressivos e iniciados cada vez mais cedo.


Esses elementos apontam para a necessidade de proteger as crianças do delírio das instituições, do delírio da sociedade e, ainda, proteger a criança do delírio familiar. Essa tem sido nossa bússola como psicanalistas. Trata-se do analista apontar para o fato de que o sujeito neurótico tenta se completar através desse sintoma familiar, o de ter o filho como objeto preenchedor.


A psicanálise tem que navegar com a bússola no objeto a, não nos ideais dos pais ou da sociedade. Essa bússola no objeto a permite se separar das tentativas de impor à criança esse lugar impossível. A clínica com crianças se organiza em torno da concepção de que uma criança, para um analista, é um sujeito que não fala como um adulto neurótico, mas fala. E essa fala é, também, uma manifestação do inconsciente na medida em que o analista se dispõe a interpretá-la. Por não serem abordáveis como os adultos, criou-se uma técnica especial (o brincar), mas ela não muda o fato de que o objeto da psicanálise de crianças é o sujeito, ou seja, o inconsciente, atemporal e estruturado como linguagem. Assim, a psicanálise atende crianças (para isso, usa o brincar), mas aponta para o sujeito, que não tem idade, mas tempos.


A clínica com crianças também sabe que, para um pai ou uma mãe, uma criança é equivalente a uma falta. Para seus pais, que se colocam nesse lugar inaugurados pelo desejo de ter um filho, há, como consequência desse desejo, uma expectativa sobre o sujeito (filho). Os pais esperam que seus filhos ocupem um lugar de objeto preenchedor para suas faltas, o que nunca acontece efetivamente. Mas é justamente por essa expectativa que se torna imprescindível para a clínica com crianças, que os pais sejam levados em consideração e que participem do tratamento, não como sujeito em análise, esse lugar é da criança, mas participem. É deles também que virão as primeiras queixas e os primeiros sintomas. Compreendemos que a criança é o sintoma dos pais e, claro, da cultura. Os pais, a escola e a sociedade localizam, na criança, sintomas que, por serem seus também, aparecem amplificados no filho.


Eis o acontecimento da contemporaneidade que aparece de modo ainda mais explicitado pelo distanciamento social: o mundo tem assumido um rumo marcado por excessos. Excesso de consumo, de telas, de velocidade, de informação, de contudo, de tarefas. Escolas que aplicam “vestibulinho” em crianças em período de alfabetização. Um desespero de imiscuir (antecipar) na criança expectativas adultas que leva, ao final, a uma crise do controle da infância da qual a própria escola, os pais e a sociedade se queixam.


O propósito desse ensaio é lançar algumas questões sobre a infância e a pandemia para se pensar a partir dos pressupostos teóricos de Freud e Lacan. Deixo agora um material teórico que sustentou teoricamente este ensaio como um convite para aprofundar, ainda mais, na leitura e na construção de um saber sobre esse importante tema:


  • FINK, B. O sujeito lacaniano: entre a linguagem e o gozo. Rio de Janeiro, Zahar, 1998.

  • FLESLER, A. A psicanálise de crianças e o lugar dos pais. Rio de Janeiro, Zahar, 2012.

  • FLESLER, Alba. A criança em análise e as intervenções do analista. Porto Alegre: Discurso, 2022.

  • FREUD, S. (1913). O início do tratamento (Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise). In: FREUD, S. Obras completas: volume 10: Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia relatado em autobiografia (“O caso Schreber”), artigos sobre técnica e outros textos (1911-1913). São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

  • FREUD, S. (1926). Inibição, sintoma e angústia. In: FREUD, S. Obras completas: volume 10: Inibição, sintoma e angústia, O futuro de uma ilusão e outros textos (1926-1929). São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

  • LACAN, J. De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose. In: LACAN, J. Escritos. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 537-590.

  • LACAN, J. O seminário: livro 5: As formações do inconsciente (1957-1958). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

  • LACAN, J. O seminário: livro 16: De um Outro ao outro (1968-1969). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

  • LAURENT, É. A crise do controle da infância. In: BRISSET, F. O.; SANTIAGO, A.L.; MILLER, J. (Orgs.). Crianças falam e têm o que dizer: experiências do CIEN no Brasil. Belo Horizonte: Scriptum, 2013.

  • MALEVAL, J.-C. Por que a hipótese de uma estrutura autística? Opção lacaniana online. Ano 6, n. 18, p. 1-40, 2015. Disponível em: http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_18/Por_que_a_hipotese_de_uma_estrutura_autistica.pdf . Acesso em 25 set. 2022.

  • NEVES, B.R.C. Os autismos na clínica nodal. Belo Horizonte: UFMG, 2018.



 

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Autora


* Renata Wirthmann é psicanalista e professora associada do curso de Psicologia da Universidade Federal de Catalão (UFCAT). Escreve livros infanto-juvenis e foi contemplada com a bolsa FUNARTE de criação literária em 2009 e uma menção honrosa no I Concurso Nacional de Literatura Infantil e Juvenil promovido pela Companhia Editora de Pernambuco em 2010. Possui pós-doutorado em Teoria Psicanalítica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutorado em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília (UnB) e mestrado em Psicologia pela UnB.




Veja também: "A clínica do autismo na hipótese da quarta estrutura", de Bartyra Ribeiro de Castro.



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